No último dia 4 de janeiro o Mercado de Arte Popular de Feira de Santana (MAP) voltou às suas atividades no local de origem. Esta foi a quarta reforma por que passou em sua história, do princípio até aqui, já tendo sido mercado de carne, cereais e roupas, parte principal de umas das maiores feiras livres do Brasil – feira que estendia-se até a atual Avenida Maria Quitéria.

Hoje, com o retorno do local original após uma demorada reforma de dois anos, o Mercado tem atraído a população feirense para visitar um dos principais pontos turísticos da cidade. Tive a curiosidade de visitar o MAP e conversar com alguns comerciantes do local, que passaram suas impressões sobre esse novo momento.

Seu Aleucik, relojoeiro, trabalha há trinta anos no Mercado de Arte. Passou, junto com outros colegas, dois anos no anexo do mercado ao lado do Terminal Central. “Sofremos muito ali. Lá não rendia muito por não ser um ponto estratégico, como é aqui no Mercado. Antes da reforma tínhamos um ganho muito bom. Espero que agora melhore depois dessa reforma”.

Há muitos elogios quanto à reforma do Mercado de Arte. Seu Dionísio Souza trabalha ao lado do Mercado há muitos anos, e diz que sentia-se envergonhado ao levar algum amigo ou parente ao lugar antes da reforma. “É com muita alegria que vejo esta transformação. Tem segurança para o caso de haver incêndio, os banheiros estão limpos e vistoriados, a iluminação está perfeita e tem até uma ventilação no teto”, nos disse.

O Mercado de Arte reformado

O Mercado de Arte reformado. Fotos: Silvio Tito/PMFS

Para o stand do cordelista Jurivaldo Alves, a reforma foi um dos melhores acontecimentos. Ele trabalhou durante vinte anos na rua, na feira livre. Com a reforma da praça onde trabalhava, a prefeitura retirou ele com a promessa de colocar no Mercado de Arte já reformado, e cumpriu a promessa. O stand de cordel de Seu Jurivaldo está sendo bem admirado e visitado.

Além de cordelista ele se intitula “folheteiro”. Explica que folheteiro é aquele que vende cordéis de vários autores. E aqui na Bahia, segundo afirma, o único folheteiro em exercício é ele, já que sobrevive exclusivamente do cordel.

“O público está satisfeito. Dois anos de sofrimento e agora estamos recuperando nosso tempo perdido. Aqui é o coração da Princesa do Sertão. O ponto de referência da cidade, onde as pessoas vão ao médico, à igreja e fazer outros tipos de compras. Eu trabalhava no relento, exposto à chuva, ao sol, à poeira e à poluição. E aqui, com uma tranquilidade dessa, melhorou, vamos dizer que cem por cento, à vista do que era meu trabalho lá fora para aqui. Inclusive, a vendagem aqui está correspondendo, está superando a expectativa. Está ótimo!”, diz seu Jurivaldo.

Marcelo, dono de um box no Mercado, reclama do aumento da taxa de manutenção. Cita também que, ao chover, ficam goteiras em boa parte da estrutura do teto e poças d’água no chão do Mercado. Mas elogia muito a reforma, que o deixou muito confortável para vender seus produtos.

Com a normalização das suas atividades, o Mercado de Arte tem recebido uma boa visitação, de feirenses de todos os cantos da cidade e visitantes de outros municípios baianos, e até de fora do estado. Pessoas que vão comprar lembranças típicas da região, admirar os produtos expostos ou simplesmente apreciar um dos pratos típicos servidos no almoço. Vida longa ao Mercado de Arte Popular de Feira de Santana!

OBS: A Prefeitura divulgou nota afirmando serão feitos os reparos no telhado do Mercado.


Abaixo, a programação cultural do Mercado de Arte no mês de janeiro:

Programação do Mercado de Arte