Toneladas de lixo são retiradas diariamente das vias públicas da cidade de Feira de Santana. Não importa se o trabalho é feito durante o dia ou durante a noite, o importante é que centenas de pessoas realizam esse trabalho que, para a maioria de nós, passa despercebido. Além de não termos a necessária atenção para os trabalhadores que realizam a limpeza pública na cidade, há ainda quem atrapalhe essa atividade, depositando lixo em lugares indevidos.
Embora muitas vezes não sejam percebidos, os garis fazem muita diferença caso não realizem seu trabalho, pois os danos causados ao meio ambiente e à saúde pública são devastadores. Fomos conhecer alguns desses profissionais, para saber um pouco de seu dia-a-dia e dos desafios da profissão, entre eles o preconceito sofrido pela importante atividade que exercem.
Gari há 13 anos, Raimundo Pereira diz que as tarefas dos coletores de lixo não é valorizada por boa parte da população, que ignora os benefícios que o trabalho deles traz para a cidade. “Não é uma profissão fácil, mas para mim é gratificante exercê-la, pois é através desse ofício que sustento minha família.Tem dia que chego a correr 40 quilômetros pegando sacolas com lixo, e as pessoas não reconhecem”, contou.
“Adoro o que eu faço, esse é um emprego que caiu do céu para mim.”
Já Fabiana Silva, trabalha há dois anos como gari, e mostra satisfação ao falar do ofício: “É com ele que sustento meus filhos e ainda arrumo tempo para cuidar de mim e da minha casa. Muitas pessoas me perguntam se eu não tenho vergonha e eu digo sempre… Adoro o que eu faço, esse é um emprego que caiu do céu para mim. E como mulher eu digo sempre que não preciso trabalhar desarrumada só porque sou gari, tenho minha vaidade aqui também, mas quando largo o serviço eu posso ficar ainda mais linda”, diz Fabiana dando gargalhadas.
Quando perguntado ao gari Marcelo Souza sobre o respeito das pessoas em relação a sua profissão, ele diz que não tem problemas: “Muitas pessoas, principalmente no comércio, já deixam o lixo arrumadinho. Pedimos para eles não acumularem lixo em um determinado local e eles fazem. Essa fase de preconceito com os garis acho que está lá no passado. Hoje em dia as pessoas respeitam e muito. Lógico que tem alguns casos, mas mito pouco”.
Outro ponto a ser observado são as intempéries por que passam esses profissionais. O gari Renivaldo Bispo lembra que eles enfrentam sol e chuva constantemente. Apesar disso, ele não esmorece: “Eu tenho orgulho e trabalho por amor. Já tive outras profissões e oportunidades de emprego, mas em nenhum lugar tive a satisfação que tenho hoje”.
Como se vê, apesar de todos os desafios, as pessoas que se dedicam à limpeza das ruas de Feira de Santana se esforçam, com orgulho e amor, para tornar a convivência da comunidade mais saudável e harmoniosa. São profissionais dignos de respeito e atenção por cada cidadão feirense.