A África está contida no Brasil, em tudo, principalmente na Bahia, através da religião, gastronomia, música, costumes, idioma… E não seria diferente na moda, isso me faz lembrar muito o que a filósofa Gilda de Mello Souza diz: “Moda não é somente roupa, e sim uma simbologia, o reflexo da sociedade, que nos permite entender os acontecimentos de determinado período”. Em nossa sociedade atual, estamos cada vez mais livres para deixarmos padrões de lado. Padrões esses que ditaram, durante muito tempo, a nossa forma de se vestir e de se comportar. E uma das formas de comunicar o nosso estilo, ou seja, a nossa personalidade dentro da moda, é através da roupa, de como nos vestimos. Essa também é uma forma de afirmarmos a nossa identidade enquanto ser humano, o que pensamos, do que gostamos e até mesmo se militamos em alguma causa. Como diria o filósofo McLuhan: “A roupa é uma extensão da pele”.
Na moda afro-brasileira, a mistura está cada vez mais forte, com seus tecidos de estampas vibrantes, muitas vezes inspirados nos desenhos das capulanas (aqueles tecidos africanos com estampas baphônicas super coloridas), com modelagens inspiradas em outras culturas, como é o caso do kimono de origem japonesa e que está sendo super tendência nas últimas temporadas. Acessórios com muitos elementos extraídos da natureza, como pedras, madeiras e sementes, se misturam com metais passando do rústico ao moderno. E não podemos esquecer dos turbantes, com suas infinitas possibilidades de amarrações, dos mais discretos aos mais suntuosos. Foi-se o tempo em que turbante compunha apenas looks étnicos. Hoje é muito bem-vindo em diferentes estilos, indo bem até com tênis, o que resulta em looks pra lá de arrojados.
Trouxemos para esta matéria o trabalho da estilista feirense Flávia Sacramento para elucidar o post de hoje. Confira!
Fotografia: Felippe Gonçalves
Modelos: Érika Damascena, Luyla Santana, Tatiane Nunes, Paulo Bala e Pedro Rafael.
Vestuário: Flávia Sacramento
Produção de Moda: Glenda Lemos
Make: Edson Matos
Calçados: Jorsan