A internet vem possibilitando aos artistas um novo cenário de divulgação dos seus trabalhos, independente das grandes editoras, gravadoras e galerias de arte. Uma das principais ferramentas nesse sentido é o financiamento coletivo, ou crowdfunding, que permite o financiamento de projetos (como a publicação de um livro) pelos internautas que acompanham o trabalho do artista. Em vez de precisar gastar para imprimir os livros e só depois vender ao público, o artista pode vender os livros antes de serem impressos, garantindo o envio aos colaboradores assim que o valor total da impressão for arrecadado.
É o que está fazendo o poeta José Luiz Guimarães Elpídio, o Zecalu, nascido em Feira de Santana, criado em Uauá, Sertão de Canudos, e residente em Feira atualmente. Foi em Uauá que recebeu de seu tio “Tércio”, o apelido Zecalu e teve os primeiros contatos com a poesia e a música, que mais tarde seriam umas das influências em seu trabalho de escrita e composição.
Pelos idos de 1994, lembra de ter escrito o que considera seu primeiro poema, num coletivo a caminho do colégio. Desde então, envolvido em gincanas culturais realizadas nos colégios e estimulado pelo Professor Marcus Moraes (in memoriam), passou a escrever textos para recitais e enquetes teatrais para apresentações em gincanas escolares. Começou, também, junto com colegas de escola, a compor músicas.
Em 1997, em virtude da aprovação no curso de Direito da Universidade Estadual de Santa Cruz, mudou-se para Ilhéus, onde, envolvido com o movimento político estudantil, passou a escrever de forma mais intensa e contínua músicas e poemas com inclinação para a temática política, com uma carga de protesto e denúncia.
Na UESC, participou do único concurso literário em que se inscreveu até hoje, promovido pelo Diretório Acadêmico de Letras, ficando em segundo lugar com o poema:
no lixo
eu
você
e um controle remoto.
Foi a sua primeira experiência com a linguagem poética intitulada como “poema curto”. A partir de então, foi inclinando-se para esse tipo de escrita e associando-a ao jogo de palavras e trocadilhos, num verdadeiro exercício de buscar dizer muita coisa em poucos versos, com um certo ritmo, fazendo dela sua mais característica maneira de escrever, sem, no entanto, deixar de praticar outras formas de poesia, a exemplo daquelas baseadas no gênero da literatura do cordel e dos causos sertanejos.
O primeiro livro do poeta Zecalu
“meio poema basta!” é a idealização de um projeto do poeta Zecalu de lançar o seu primeiro livro com poemas, em formato curto, associados a imagens, um dos estilos do seu trabalho com poesia, o qual ele difunde através das redes sociais.
Poema curto, na verdade, são aqueles que tanto podem ter uma identidade formal, a exemplo dos haicais, que obedecem o formato de três versos, como identidade formal nenhuma e assim serem intitulados por transmitirem uma mensagem de forma rápida, em poucos versos.
O que se pretende com “meio poema basta!” é mostrar que a poesia, mesmo em poucas palavras, pode nos dizer muita coisa e, quando associada a alguma imagem, ganhar uma dimensão ainda maior de efeito reflexivo, o que o poeta Zecalu entende que seja a principal função poética: fazer pensar, refletir de alguma forma.
Para conseguir realizar o sonho do seu primeiro livro no formato e conteúdo desejados, Zecalu está com uma campanha de financiamento coletivo, através da qual os colaboradores adquirem cotas, recebendo recompensas em contrapartida: o próprio livro e mais canecas, camisas e quadros estilizados com poemas.
Se quiser ver poemas de Zecalu acesse o Facebook (www.facebook.com/poetazecalu) ou o instagram: @zecalu. Para aderir à campanha, que estará no ar até 26 de dezembro, acesse a página www.catarse.me/meiopoemabasta.
Grande oportunidade para prestigiar um artista da terra e fortalecer a cultura da arte independente em Feira de Santana!
Trackbacks / Pingbacks