Angelo Mario Cerqueira de Almeida passou a compor, em 2017, o conjunto de deputados estaduais que representam Feira de Santana na Assembleia Legislativa da Bahia. Angelo Almeida assumiu o mandato, na condição de suplente, pelos 35.519 votos conquistados na eleição de 2014.
Assumir a suplência foi uma espécie de renascimento político para Angelo, que, junto com a oposição em Feira de Santana, amargou o avassalador resultado das últimas eleições para a Prefeitura de Feira de Santana, em 2016, quando o Prefeito José Ronaldo (DEM), se reelegeu com mais de 70% dos votos na cidade. Angelo Almeida teve apenas 1% dos votos (2.673 no total).
Formado em Odontologia, ele tem um histórico político ligado à esquerda, tendo militado em partidos como o PDT, o PT, pelo qual elegeu-se vereador em 2008 e, mais recentemente, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), liderado pela Senadora Lídice da Mata na Bahia.
“Eu lia jornal todo dia, desde criança. Com 15 anos saí de Feira para estudar em Salvador, mas acompanhava de lá tudo da política de Feira. Ia para a rodoviária toda semana comprar o jornal que tinha as notícias da cidade”, diz ele sobre o seu despertar para a política. Nesse sentido, seu pai foi uma grande referência, por ter sido funcionário do Banco do Brasil e vereador eleito em 1982 em Feira de Santana. “Quando meu pai anunciou para os filhos que ia se candidatar, eu caí de cabeça na candidatura dele”, lembra.
A candidatura tardia
Uma história interessante explica a razão de Angelo Almeida ter sido candidato a um cargo eletivo apenas aos 40 anos de idade. Embora tenha iniciado a militância e acompanhasse a política desde cedo, ele só se candidatou quando cumpriu uma promessa com a esposa.
Sobrinha de dois políticos de relevância na Bahia, a então namorada de Angelo Almeida resistiu a sair de Salvador e vir morar em Feira de Santana, pois sabia que o companheiro pretendia lançar-se na política. Ela tinha visto um dos tios perder o mandato de Deputado Estadual por causa da Ditadura, em 1962: o Deputado Hamilton Cohin assistia televisão quando viu o anúncio da cassação do seu mandato à época do famigerado AI-5.
Um outro tio, Carlos Barbosa Romeu, engenheiro de sucesso, tornou-se presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, mas morreu pobre, por causa do seu envolvimento com a política. Esses exemplos foram traumáticos para a família da esposa de Angelo Almeida. “Por isso ela não queria que ele fosse político”, diz ele.
Para vencer a resistência da mulher, que estava grávida, Angelo prometeu: “eu vou pra Feira, lá é minha cidade, e não entro na política enquanto o filho que está na sua barriga não estiver na faculdade”. A promessa foi cumprida, e 18 anos depois, ele candidatou-se pela primeira vez a vereador de Feira de Santana.
Em entrevista concedida com exclusividade ao Feirenses, Angelo falou sobre seu futuro político, sobre erros e acertos da oposição e da situação em Feira de Santana e analisou o cenário político da cidade. Confira: