Silvério Duque é feirense, licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Além de poeta, é músico (clarinetista) e professor de Literatura Brasileira. É autor de cinco livros de poesia: “O crânio dos Peixes” (Ed MAC, 2002 ), “Baladas e outros aportes de viagem” ( Edições Pirapuama, 2006 ), “A pele de Esaú” (Via Litterarum, 2010), “Ciranda de Sombras” (É Realizações, 2011)e “Do Coração dos malditos” (Mondrongo, 2013).
Oferecemos hoje o “Soneto de contemplação”, de Silvério Duque:
SONETO DE CONTEMPLAÇÃO
(SOBRE UM TEMA DE ELPÍDIO FONSECA)
Eu vi teu corpo nu à luz da lua
ou o brilho teu na lua refletido…?!
Por certo eu contemplara enternecido
a lua que na terra se fez nua.
Depois saímos luminando a rua
com o brilho de teu corpo revivido
e te entregaste a mim com o olhar tão vívido
como fizera a minha carne à tua.
Neste mesmo fulgor nos completamos
com a chama ideal já transformada
num ir e vir de luz que deslumbramos…
E assim permanecemos neste enleio:
eu, sarça imarcescível e alumiada
a derramar estrelas no teu seio.