Weslley Almeida, 32 anos, é feirense e compõe o promissor quadro da nova poesia feirense. Graduado em Letras e especialista em Língua Inglesa, foi um dos participantes do jornal transdisciplinar Fuxico (NIT/UEFS), onde atuou como vice-coordenador.

Weslley tem cinco títulos publicados, além de trabalhos selecionados em antologias de diversos concursos literários. A novidade é que o poeta acaba de ser premiado pela Universidade Estadual de Santa Cruz, no Concurso Literário – Prêmio Sosígenes Costa de Poesia, realizado no I Festival Literário de Ilhéus.

Ao ser comunicado, Weslley falou sobre o que sentiu com a notícia: “Arrepio e espanto. A poesia sempre me surpreendeu nas esquinas do inusitado. Assim também o foi ao receber o resultado dessa premiação. Como se o fim de um arrebol anunciasse um vagalume. Eis resumo do meu sentimento”.

A obra premiada chama-se “Memórias Fósseis”, e será publicada pela Editus – Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, e Weslley receberá como premiação R$ 1.000 e o troféu Sosígenes Costa.

Prêmio Weslley Almeida

O livro já tinha recebido Menção Honrosa no Prêmio Asabeça – 2015, e também acaba de receber a mesma menção no Prémio Literário UCCLA (Portugal). O Júri deste último prêmio, que teve Antonio Carlos Sechin (da Academia Brasileira de Letras) como membro, assim descreve o livro:

«Enxerga a flor / com toda a tua retina / Apalpe-a / com toda pálpebra tua. / Assiste – nas pupilas – / todo o seu desabrochar. / Pois não se sabe quando / a cegueira da candura anoitece. / Nem / se o fruto a / manhã será». É este um dos poemas de Memórias Fósseis, conjunto de poemas onde o tom narrativo e a dicção intimista se misturam equilibradamente para inquirir das «memórias fósseis» de um eu que se encontra dividido entre passado, presente e futuro e quer agarrar o dia como pretendia Caeiro, uma das vozes presentes na dicção de Wesley d’Almeida. Com aparente simplicidade de processos (léxico concreto, frase simples, imagens pouco rebuscadas), este é um livro que tem a virtude de fazer da poesia um modo simples de dizer o mundo: «Pego num livro de Pessoa // Junto comigo / formigas / leem versos desequilibrados / bêbadas / de vinho e lirismo / há pouco derramados. // Cato / a esmo / e sobretudo / as lembranças embaçadas do porvir // fluxos de consciência / de mim mesmo.» O neologismo é aqui o processo retórico mais evidente, nomeadamente nos títulos dados a algumas secções (a VIII) onde os textos pretendem resgatar as crianças (os adultos) para um modo mais franco de estar na vida: «sem porquê / com poesia».

Nós, feirenses, ficamos lisonjeados pelo destaque internacional do jovem poeta.

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